sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A Epopéia de um Deus


Tudo começou numa tarde rígida, porém muito flexível em termos musculares de verão, onde acidentalmente me acordei lá pelas 6:15 da manhã com a minha mãe perguntando se eu ia dormir mais um pouco ou se já ia me levantar...o que raios de pergunta é essa?! Pura meta!!

Tomei um banho e comi uma torrada com pão de sanduiche iche (coisa que odeio) e fui para o computador assistir alguns episódios emo...cionantes de O.P. (Over Power), mas o episódio que eu estava baixou corrompido, sendo que só vi o início para sentir o gostinho e depois não me deu vontade de rebaixar a mesma merda então fui liberar algumas gemas Roxas (do Kingdom Hearts) para poder liberar mais altistas no jogo JUS.

Ótimo, completo algumas missões e vejo as horas, são já 10:31 e tenho que ir pegar meu ônibus para entregar a impressora ao meu pai para que ele possa arrumar e minha mãe possa criar suas fabulosas e dificílimas provas para as crianças da segunda série e os adultos do EJA (ainda me pergunto se ela se lembra de alguma coisa para passar).

Descida as escadas, já colocando o fone no ouvido falante, me vejo que não posso pagar a viagem de 30 minutos até o centro se não tiver passagem. Adentrei no prédio e com um pouco de receio, deixo a impressora na escadaria e subo correndo as escadas em busca de meu cartão. Demorou em torno de 5 minutos para poder descobrir que estava em cima do meu arMário. Acreditem se quiser e ainda vou descobrir quem colocou lá.

Descendo na corrida, já temendo o pior, vejo a impressora e me Olívio (alivio). Pego-a novamente e vou em direção ao horizonte, onde se encontra a parada de ônibus.

Chegando no centro, vou em direção ao trabalho do meu pai para deixar o bendito equipamento de impressão de vossa era moderna com uma qualidade de 3 anos atrás (bem...estava estragada de velha, não?). Assim que falo com o guardinha da recepção, ele me diz que o bendito Cerejão Pai foi ao dentista, já lembrando de meus afazeres para mais tarde.

Deixo lá o que deveria entregar e vou para a casa do Chiisai para ver se o dia melhorava, BUT NO! O pai dele só enchendo o saco e a gente não podendo conversar direito por causa do Estorvo-da-Casa, também conhecido como "Bolivar". Apenas o Chiisai não o vê como algo que incomoda.

Almoçamos enquanto o pai dele reclamava da vó que não comia direito, mas a senhora apenas respondia:"aham, aham, quer um doce?" e isso meio que alegrou meu dia ao ver tamanha sagacidade nas palavras e falta de importância em coisas pequenas do dia-a-dia que podem ser facilmente resolvidas.

Sai e o levei na escola, e lá, encontrei mais três amigos: Claúdia, a monitora dançarina, Madruga, o pé-de-feijão e Jean, o emo corrompido sem franja -q.

Caminhei em direção ao infinito...e além! e no além fica minha dentista, onde não sabia o andar e a mulher que pedi informações fala:"é no 104". Há, ótimo! 13 andares e ela me diz que é no 104? 104 do décimo ou do primeiro? Enfim, não queria dar uma de Pateta e Max, uma dupla que é demais, então apenas adentrei no elevador com esperanças da...da...da mulher "acessorista" (sei lá o nome) me indicasse corretamente o poder de luta do andar onde deveria ir.

Me jogando no décimo, com apenas a roupa do corpo e o suor da testa, ela me diz:"segue na esquerda, lá eles tem água e ar condicionado na clínica odontológica". EU SOU PAI!!! GLÓRIA AOS CÉUS!!!

Indicado pela sábia mulher que não sei direito qual era o seu emprego misterioso, fui até o local místico e reconfortante nesse calor abrupto e tenso de Porto Quente Verão Alegre de Caxias do Extremo Oeste. Mas foi uma cilada...VOCÊ MATOU ELE SUA CADELA!!!

A porta estava aberta, o que desfaz os poderes do ar condicionado e assim fiquei no calor, mas ainda tinha a água, fonte de Ijuí que tem um gosto podre de água de um límpido rio e depois passado por um tratamento minado de cloro e outras porcarias calcárias para "limpar" a água. Mas também foi uma cilada. Estava sem copos e quando dei uma de louco e coloquei a língua para ver se vinha um pouco de água como se fosse um bebedouro, não saiu uma única gota da parte gelada, logo tentei a temperatura ambiente. Quente. Aquilo não deu nem para molhar a garganta.

Fiquei ali esperando pela Doctorine Ufóloga pesquisadora de Dentes Ucrânianos enquanto ouvia música e lia mangá, coisa da qual, não consigo me concentra, então fiquei parado lendo a mesma linha até mudar de quadrinho e depois pensar:"por que ele falou isso?" e reler a mesma linha de novo.

Não demorou muito e a mulher apareceu. Já me convidando para entrar sem fazer cerimônias ou rituais com sangue. Não pude recusar, estou muito na seca e logo aceitei sem pensar duas vezes. Mas apenas mais uma cilada me aguardava.

Dentro de seu local de tortura, me deito e ela começa a puxar uns papos muito pra lá de Bagdá e me pergunta da escola. Ótimo, tudo que queria conversar sobre meu 0,3 em matemática. Então apenas fiquei dando uns cortes e começar a tortura bucal.

Ela pegou uma broca e começou a tirar meus Tártarus Gate até que "sem querer" penetra no meu céu-da-boca. Tudo bem, ninguém noto, apenas ignore. Mas não foi o único, depois, ela estava próxima aos meus caninos inferiores direitos e começou a limpá-los lateralmente. Como devem saber, o canino é feito para dilacerar a carne, então ele é fino e pontudo, e limpá-lo com uma broca lateralmente tem altas chances de dar erro e sem querer abrir um corte na gengiva.

Fiquei na minha e fiz como um Deus dos Cachorros (pois sou irmão dele e Deus do Trovão e do Caos) faria, apenas fiquei quieto como se o dia estivesse as mil maravilhas como uma pequena garota chamada Alice.

Saindo de lá com a boca ardente, vou novamente, ao encontro de meu pai para pegar dois livros com ele. Assim que consigo falar com ele, como um bom filho, tento bater uns papos com ele. Impossível. Ele me corta muito e ignora quase tudo que falo e após me dar os livros fica falando:"Que tu tem que entender que o tempo não é ao teu favor, tenho que procurar os livros Parati (organizador do Guri Bom de Bola) enquanto estou no meu horário de trabalho". Simples, preste atenção apenas. Não é difícil ouvir uma conversa enquanto procura uma capa com o nome de um cara em específico (e obs.: meu pai tem toneladas de livros do mesmo autor, logo, é fácil de achar e admito que não demorou nem 10 minutos). Quando ele pediu para mim retomar o assunto apenas argumentei:"enquanto tu pede para mim continuar o assunto, teu tempo de trabalho corre...e ele não irá parar para você me ouvir".

Joguei com as mesmas armas que ele me mostrou e assim fui embora para enfim pegar meu ônibus e ir para meu lar, doce lar (não que eu more numa floresta mágica com uma bruxa malvada que quer me engordar).

Enquanto espero, lembro da minha carteira de trabalho e fazendo uma expressão de dor contínua misturada a nostalgia eloquente, me coloco a andar até o local de retirada da tal carteira.

Assim que chego em meu destino semi-final, eu espero a mulher me atender, mas exatamente na minha vez, ela tem que comunicar para uma colega sobre alguém que está procurando outra pessoa, com uma colher em mãos. E dizia que não gostava de esperar.

Fico girando o fone, apenas esperando uma resposta até que ela se vira e pergunta o que quero, da qual respondo rapidamente e tenho uma resposta curta:"pega a senha e espera sentado". Que beleza de atendimento não?

Peguei o que tinha que pegar e me sentei. Não demorou e fui chamado. Tinha que levar um folheto e nesse momento eu já estava chorando de felicidade que tinha esquecido tal Quest Item e poder retornar para casa. Mas não. Podia apresentar a identidade e dizer quem me atendeu. Claro, eu lembro. Chutei qualquer idiota que passou do meu lado e ele foi tira satisfações, mas com minha sorte abundante, a mulher me reconheceu e disse quem era o verdadeiro e assim ele foi retirar para mim.

Saindo e indo para minha parada, pensei que o dia, enfim, poderia ter um desfeiche final que não o afundasse mais ainda. Chegando na parada, sentei no banco para, enfim descansar. Mas quero alertá-los, caros leitores, que uns tremendos filhos de uma vaca leiteira arrancaram o aviso dizendo:"tinta fresca". Que beleza, camisa e calça verdes, tudo que eu queria.

Assim que o ônibus chega, o pego sem pensar duas vezes enquanto ele abria e continuava a se mover, parando. Sem paciência, apenas pulei e adentrei e o motorista apenas me olhou e não parou o ônibus.

Bem sentadinho lendo meu mangá que não é meu, vejo que estou próximo ao meu habitát natural e assim me levanto para poder descer, mas aconteceu um imprevisto na minha parada. Um dia atrás, faltou luz porque uma fiação elétrica velha arrebento e caiu em cima de um homem aqui na minha rua e olha só que beleza, tava os bombeiros e eletricistas na rua arrumandos TODOS OS MALDITOS POSTES!!! Para que não desse o mesmo problema. Aliás, o homem está hospitalizado e permanece vivo.

Demorando um pouco para descer, pulo para fora e toco naquela terra quente, com um sol quente em meio a uma encruzilhada quente com pessoas nem um pouco sedutoras. Caminho para casa normalmente.

Assim que adentro, botas e tênis para todos os lados, terra no chão e vasos de plástico jogados em tudo que é canto e no meio de tudo isso, minha cadela chorando pedindo atenção.

Minha paciência chegou ao limite e a ira de deus recairá sobre os mortais hoje e pelo resto da semana. Limpei tudo e vim para cá a fim de poder relatar as dificuldades que os deuses recebem a partir dos atos dos mortais.



"É uma cilada, Bino!"
Pedro

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